CANÇÃO DO PAI DO FILHO DO PAI
Papai
Puxa vida, somente hoje me dei conta
Que nunca em todos esses anos
Lhe falei assim tão diretamente
Face a face, francamente
Não, nem quando era pequenino
Só hoje, depois de crescido é que venho
Para lhe dizer muitas coisas
Como a vontade que eu tinha de lhe abraçar
E depois fazer todas aquelas perguntas
Que quando a gente é criança faz
Mas eu não as fiz, cresci sem saber
Não sei porque, afinal o senhor sempre foi um bom pai
Talvez estivesse sempre ocupado demais
E o tempo passou, como haveria de ser, passou
Bem, mas eu também não tinha muito o que querer saber
Não havia segredo na nossa vida pacata
Cedo aprendi a ser traquino e travesso
Não foi a televisão que me ensinou
Foi a própria vida, o próprio meio
Mas quando eu cresci tudo mudou
E eu não estava preparado
Não sabíamos que isso ia acontecer e não nos preocupamos
Agora me lembro que esqueci de perguntar
O senhor esqueceu de me ensinar
Tudo mudou
Mudaram as pessoas
Nada é mais como antes
E agora, papai?
O mundo cresceu demais para mim!
Por onde devo seguir?
A quem seguir?
Me responda, papai
Pra onde vai aquela gente apressada?
Pra que serve esta máquina?
Que bicho barulhento é esse que voa?
Tenho medo
Pai, o que é televisão?
Ah, que pena, o senhor também não sabe
Então terei que ir sozinho
Perguntar para Deus, perguntar para o mundo
Agora é meu filho que me pergunta
Mas como posso responder se eu também não sei?
- Vai meu filho, vai
Pergunta para Deus, pergunta para o mundo
Me perdoe, o papai não sabe
Se você descobrir, diga-me depois
No meu leito te espero
Me ensina, filho, o que não sei
Agora vai, toma teu rumo, vai
Adeus, até logo, não demore
Deus te abençoe
Adeus
Puxa vida, somente hoje me dei conta
Que nunca em todos esses anos
Lhe falei assim tão diretamente
Face a face, francamente
Não, nem quando era pequenino
Só hoje, depois de crescido é que venho
Para lhe dizer muitas coisas
Como a vontade que eu tinha de lhe abraçar
E depois fazer todas aquelas perguntas
Que quando a gente é criança faz
Mas eu não as fiz, cresci sem saber
Não sei porque, afinal o senhor sempre foi um bom pai
Talvez estivesse sempre ocupado demais
E o tempo passou, como haveria de ser, passou
Bem, mas eu também não tinha muito o que querer saber
Não havia segredo na nossa vida pacata
Cedo aprendi a ser traquino e travesso
Não foi a televisão que me ensinou
Foi a própria vida, o próprio meio
Mas quando eu cresci tudo mudou
E eu não estava preparado
Não sabíamos que isso ia acontecer e não nos preocupamos
Agora me lembro que esqueci de perguntar
O senhor esqueceu de me ensinar
Tudo mudou
Mudaram as pessoas
Nada é mais como antes
E agora, papai?
O mundo cresceu demais para mim!
Por onde devo seguir?
A quem seguir?
Me responda, papai
Pra onde vai aquela gente apressada?
Pra que serve esta máquina?
Que bicho barulhento é esse que voa?
Tenho medo
Pai, o que é televisão?
Ah, que pena, o senhor também não sabe
Então terei que ir sozinho
Perguntar para Deus, perguntar para o mundo
Agora é meu filho que me pergunta
Mas como posso responder se eu também não sei?
- Vai meu filho, vai
Pergunta para Deus, pergunta para o mundo
Me perdoe, o papai não sabe
Se você descobrir, diga-me depois
No meu leito te espero
Me ensina, filho, o que não sei
Agora vai, toma teu rumo, vai
Adeus, até logo, não demore
Deus te abençoe
Adeus
Do pai do filho do pai
10/10/1977
10/10/1977
Jocalvesmuniz23/05/2016 - 2a. Feira
(Obs. Este texto é para ser lindo com fundo musical a composição de Vinicius de Morais "O filho que eu quero ter" com Chico Buarque)
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